Pular para o conteúdo principal

Guerra no campo faz nova vítima no Pará e agrava conflito agrário

14/6/2011 2:04, Por Redação, com colaboradores - de Marabá, PA



Informe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado nesta terça-feira revela que mais um trabalhador rural foi assassinado no Pará. Obede Loyla Souza, 31, foi morto na última sexta-feira com um tiro de espingarda, segundo a denúncia. O corpo foi encontrado somente no domingo e foi enterrado nesta terça-feira. Souza morava no acampamento Esperança, em Pacajá, cidade situada entre Marabá e Altamira. Uma força-tarefa da Polícia Federal segue na região para investigar e tentar evitar novos crimes motivados pela luta dos trabalhadores pela terra e a preservação da floresta.

A CPT informou, ainda, que Souza e outros moradores da área haviam discutido no início do ano com representantes de madeireiros. A Polícia Civil confirmou a morte, mas nega a existência de informações de que o crime esteja vinculado a conflito agrário. O delegado José Humberto de Melo, da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá, disse que o assassinato ocorreu por “motivo interno”.

Esse é o quinto assassinato no campo registrado pela CPT no Pará desde maio, quando foram mortos os extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (sudeste do Estado). Segundo a polícia, as outras duas mortes que ocorreram depois também não são ligadas a conflitos pela terra.

Há três semanas, uma série de crimes ligados à conservação da Floresta Amazônica vem mostrando ao país o conflito que se desenvolve há décadas na região. Marcos Gomes da Silva, lavrador de 33 anos, foi morto a tiros por volta das 21h de quarta-feira do dia 1º deste mês, em um assentamento em Eldorado dos Carajás, o mesmo palco onde, em abril de 1996, 19 sem-terras foram assassinados em confronto com a polícia.

No último dia 24, dois líderes rurais, o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva, foram mortos após emboscada em uma área do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, no sudeste do Pará. Dias depois, o corpo de outro trabalhador rural foi encontrado no mesmo local do crime.

Dejesus Martins Araújo, vizinho de Marcos Gomes da Silva, foi quem registrou o boletim de ocorrência, às 9h52 da manhã desta quinta-feira 2. De acordo com Dejesus, ao tentar socorrer Marcos, ainda na noite de quarta-feira, seu carro foi interceptado por dois homens armados no momento em que o transportava para um hospital em Eldorado dos Carajás. Os homens teriam exigido que o lavrador fosse retirado do veículo e que os outros ocupantes corressem na direção oposta. Dejesus obedeceu e o trabalhador rural foi morto alí mesmo.

Dejesus só retornou à cena do crime nesta manhã, quando constatou a morte do vizinho e avisou as autoridades policiais. O inquérito está sendo investigado pelo delegado de Eldorado dos Carajás, Elias Jorge de Carvalho, que está realizando um levantamento da área. O superintendente regional da Polícia Civil do sudeste do Pará, delegado Alberto Henrique Teixeira, diz que as investigações sobre a morte do trabalhador rural ainda não foram concluídas.


http://correiodobrasil.com.br/guerra-no-campo-faz-nova-vitima-no-para-e-agrava-conflito-agrario/254164/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CHEIAS ANTECIPADAS NOS RIOS PREOCUPAM RIBEIRINHOS DE DIVERSOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO

  Foto: Arquivo pessoal. Iniciando mês de janeiro de 2022, já percebemos o elevado nível das águas dos Rios Araguaia, Tocantins e Itacaiúnas (Marabá) é visível e já causa transtornos a moradores de áreas urbanas e ribeirinhas em diversas cidades da nossa região. Como de costume, pelas cheias de anos anteriores, muitos tem sido pegos de surpresas, ficando desabrigados e tendo que sair as pressas de suas residências, pois a previsão de chuvas tem sido maior que o esperado para este mesmo período do ano por exemplo, em 2021. Alguns municípios inclusive, não estavam preparados para tamanha cheia e impactos junto as famílias atingidas, que estão as pressas, organizando o apoio e retirada das famílias destes locais alagados, onde essas pessoas na sua grande maioria, vulneráveis, necessitam de alimentos, utensílios domésticos e moradia. Temos visto notícias de que Hidrelétricas de Estreito e Tucuruí tiveram suas comportas abertas para diminuir a pressão das cheias nos lagos das referidas ...

PALESTINA DO PARÁ - PA.

PALESTINA DO PARÁ - PA. Uma cidade localizada no Sudeste do Estado do Pará, com pouco mais de 7.000 (sete mil) habitantes, tem uma população humilde e hospitaleira, tendo uma grande prospecção turistíca, com um veraneio muito bom, sendo um grande atrativo para os turistas e pra juventude, e para população de toda a região no mês de Julho, tem um bom aparato em infra-estrutura no municipio, ficando a cerca de 7 km da BR 230 (Transamazônica), se encontra de braços abertos para lhe receber e acolher com muito carisma e solidariedade. Visite-nos, será um prazer ter você em nossa cidade, Do seu amigo, Sezostrys Costa

Novo coronavirus se alastra nas aldeias do sudeste do Pará 

Foto: Elton Suruí Os Últimos dias tem sido bastante turbulento para os indígenas do sudeste do Pará. A pandemia que assola o mundo, a covid-19, chegou nos lugares mais remotos como nas aldeias indígenas do Estado do Pará.  Um dos povos mais afetados pelo vírus tem sido a comunidade SuruÍ, localizada a 100 km de Marabá, na Br 153 entre os municípios de São Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia. Na aldeia Sororó entre jovens e idosos já tem mais de 30 pessoas diagnosticadas com covid-19 e tantos outros ainda aguardando pra fazer o exame.  Nesta última quinta-feira, 04, a comunidade perdeu o guerreiro Warini surui e dois anciões foram transferido para os hospitais municipal de Marabá, onde encontra-se internados em tratamento.  Vale lembrar que p povo surui vive basicamente da coleta de castanha do Pará em período Sazonal, além de pequenos plantios de roças de subsistência e da caça.  Por ser uma comunidade que não recebe recursos de empresas de ...